Se você é daqueles que só come milho em época de festa junina, saiba
que está perdendo uma ótima oportunidade de melhorar a saúde.
O
grão, que poderia ser incluído com mais ênfase no cardápio do brasileiro
é rico em nutrientes que ajudam na prevenção de catarata, câncer e até
mesmo de doenças cardiovasculares.
E, embora poucas pessoas conheçam a importância
do alimento, que é cultivado nas ilhas do Golfo do México há mais de 7 mil anos, vale a pena incluí-lo no cardápio.
Pena que o Brasil ainda esteja longe disso.
O país é um dos maiores produtores de milho do continente, mas boa parte da safra é destinada à alimentação animal.
Segundo estimativas da Associação Brasileira das Indústrias do Milho
(Abimilho), a nação produziu quase 41 milhões de toneladas do grão em
2007.
De acordo com a União Brasileira de Avicultura (UBA), menos de 15% deste total foi destinado ao consumo humano.
Além disso, normalmente o alimento chega aos consumidores de forma
indireta, por meio da farinha de milho – opção para quem possui doença
celíaca, pois não contém glúten.
Um dos motivos que justifica isso é
a cultura alimentar brasileira: nas refeições, as pessoas preferem
privilegiar outros tipos de grãos mais populares, como arroz e trigo
(principalmente por meio do pão francês).
Deixá-lo de lado é abdicar
de inúmeros nutrientes, como as vitaminas A e do complexo B. Elas,
explica a nutricionista Eliana Cristina de Almeida, da Universidade
Federal de São Paulo (Unifesp), protegem o globo ocular e ajudam na
digestão, respectivamente.
Além disso, o alimento também é rico em fibras, importantes para o bom funcionamento da flora intestinal.
Muitos povos do passado, aliás, já sabiam desses benefícios à saúde.
Tanto que, na Antigüidade, o grão fazia parte da alimentação de astecas, olmecas, maias e incas, na América Pré-Colombiana.
O próprio nome deriva de uma palavra de antigos idiomas, que significava “sustento da vida”.
Para se ter idéia, apenas 50 gramas de farinha de milho fornecem a
mesma quantidade de proteínas que um pão francês com o mesmo peso, com a
diferença de ter 33% a mais de calorias, ou seja, sustenta mais, porém,
se consumido em excesso pode engordar.
Então, seja moderado: comer
uma bandejinha de cereal matinal à base de milho de manhã já ajuda a
manter a saúde mais equilibrada.
Jovem por mais tempo
Um
estudo elaborado pela Rede Nacional de Pesquisa do Envelhecimento da
Espanha, que contou com a participação de pesquisadores do Instituto de
Biotecnologia de Universidade de Granada, revelou: o consumo de milho,
associado a cerejas, aveia e vinho tinto, retarda os efeitos da idade no
organismo.
A razão é que esses alimentos têm um alto teor de
melatonina, substância produzida em pequenas quantidades pelo corpo que
tem propriedades antioxidantes e atrasa a degeneração neuronial.
Além disso, o grão também contribui para adiar os processos
inflamatórios naturais do envelhecimento, portanto, ajuda a manter o
corpo jovem por mais tempo.
Para se ter idéia, os primeiros sintomas de envelhecimento nos tecidos celulares começam a surgir após os 30 anos.
Nesta época, registra-se um aumento considerável na produção de
radicais livres, compostos que afetam a saúde das células, deixando-as
mais frágeis.
A melatonina, segundo os pesquisadores, pode
neutralizar os efeitos dessas substâncias, aumentando a resistência da
pele e também a longevidade.
Ponto para o milho: quem o consome diariamente pode permanecer jovem por mais tempo.
Mas lembre-se: o ideal é consultar um especialista para montar um
cardápio nutricional mais adequado, pois o grão também pode engordar, se
ingerido em excesso.
Uma curiosidade: o milho, quando estourado e
transformado em pipoca, também é rico em nutrientes, pois a parte
interna vira uma massa branca e crocante com muito amido e fibras.
O suco e o sorvete do grão também valem para nutrir e, no calor, refrescar a sede.
Cereal poderoso
Segundo a American Dietetic Association (ADA), o grão possui na composição duas substâncias chamadas zeaxantina e luteína.
Pesquisas elaboradas pela entidade comprovaram que esses nutrientes,
também encontrados na laranja, ajudam a prevenir problemas de catarata e
degeneração macular.
O cereal, portanto, faz bem para os olhos.
Ainda assim, o principal benefício do alimento para a saúde está associado ao câncer.
“Esses compostos também controlam os riscos de desenvolvimento de
tumores e doenças cardiovasculares, devido à atividade antioxidante”,
revela Izilda.
Até a casca é boa
Segundo a nutricionista
Márcia Laura Cabrerizo, ao contrário do trigo e do arroz, que são
refinados durante o processo de industrialização, o milho conserva a
casca.
E isso é excelente, porque é nela que estão os maiores
nutrientes do grão. Lá estão boa parte das fibras, substâncias
essenciais para a eliminação de toxinas do corpo.
Elas também são
importantes para “a manutenção do bom funcionamento do intestino,
servindo como um remédio natural para combater a prisão de ventre”,
explica Márcia.
Ideal para o dia-a dia
Bastante consumido em países como Estados Unidos e na Europa, o grão se encaixa bem no cardápio diário.
Pratos típicos são preparados com base na farinha de milho, como cuscuz, polenta, angu e mingau, por exemplo.
Ainda não está convencido?
O cereal contém boas quantidades de ferro, composto que atua na
formação da hemoglobina, glóbulo vermelho que transporta o oxigênio para
os pulmões.
E a lista de minerais não pára por aí: fósforo, potássio e zinco também estão presentes no milho.
“Por conter alto valor nutricional, deveria ser consumido com mais
freqüência, mesmo em forma de farinha, pois é um excelente complemento
alimentar”, conta a nutricionista Izilda Georgia Rossi.
Ah, vale um aviso: evite o consumo de milho enlatado por conta do teor de sódio, um dos maiores vilões para o coração.
Fonte de referência:Revista Vida Natural e Equilíbrio